domingo, 2 de agosto de 2009

Apologia de um Deus ausente

W.B. Yeats escreveu que todas as nossas ideias sobre Deus são "lixo e purpurina", como um vestido de casamento de mau gosto que esconde a verdade que há por baixo. Karen Armstrong uma das melhores escritoras vivas sobre religião, concorda.

Mas, em seu último livro, "The Case for God" [Em Defesa de Deus, ed. Bodley Head, 376 págs., 20, R$ 62], afirma que houve um tempo em que as pessoas entendiam melhor Deus.

"O Deus moderno parece o Alto Deus da Antiguidade remota, uma teologia que foi unanimemente descartada ou radicalmente reinterpretada por ser considerada inapta", ela escreve. Em outras palavras, nossa ideia de Deus, sejamos ateus ou crentes, regrediu ao infantil.

Os maiores ofensores são aqueles que tratam Deus como um super-homem intervencionista, que resolve os problemas. O catálogo de Armstrong de culpados ineptos inclui políticos que apelam a Deus para justificar suas políticas, terroristas que o invocam para cometer atrocidades e cientistas que encaixam Deus em uma teoria física, mesmo que só para desbancá-lo.

A ciência, afirma a autora, teve uma influência profundamente equívoca em crentes e descrentes. Quando [o biólogo] Richard Dawkins ataca Deus, seu alvo é um absurdo superprojetista, necessariamente mais complexo que qualquer das complexidades da natureza. Além disso, há cientistas crentes que veem Deus como uma espécie de técnico de sintonia fina.

Na verdade, as noções modernas de Deus, diz Armstrong, são principalmente enganos de teólogos que, a partir do século XVII, tentaram explorar a ciência como um suporte da fé. Essa busca racional por Deus, diz ela, na verdade incentivou o ateísmo.

A autora também indica que a teologia baseada na ciência é notoriamente inconfiável. Quando um teólogo conjura Deus para preencher uma lacuna em nosso conhecimento, uma nova teoria pode ejetá-lo.

Deus insondável

E a ideia de Deus como uma "coisa" ou um "ser", ou um objeto no mundo que disputa a atenção com outros objetos, minou um sentido mais profundo e misterioso de Deus que se desenvolveu em todas as fés ao longo dos séculos.

Armstrong tenta isolar o que ela considera a ideia perdida crucial de Deus como o insondável e indizível. Qualquer coisa aquém de admitir a natureza inefável de Deus, insiste, leva à idolatria - adorar um deus de nossa própria criação. Por definição, não há uma maneira fácil de escrever sobre o inarrável.

Uma de suas tentativas, no centro do livro, envolve os ensinamentos do filósofo cristãoDionísio Areopagita [teólogo do século VI, assumiu como pseudônimo um nome bíblico].

"Primeiro temos de afirmar que Deus é", ela escreve. "Deus é uma rocha, Deus é uno, Deus é bom, Deus existe. Mas quando escutamos cuidadosamente a nós mesmos, caímos em silêncio, abatidos pelo peso do absurdo que há nessa conversa de Deus."

Na fase seguinte, negamos esses atributos. "Mas o "caminho da negação" é apenas tão impreciso quanto o "caminho da afirmação". Como não sabemos o que Deus é, não podemos saber o que Deus não é, e portanto devemos negar as negações...", ela diz.

A fase final, se você continuar a bordo, é um estado que os místicos chamam de "noite escura da alma", ou a nuvem do desconhecimento. É duro escrever sobre Deus, afirma. Assim como ler sobre Ele.

Amadurecimento

Mas apenas pensar em Deus não adianta; Armstrong insiste em que sentir Deus depende de oração, ritual, escritura e silêncio; é um processo, mais que uma conclusão lógica. E nenhuma fé individual tem o monopólio da iluminação.

Se as religiões conseguissem retornar à verdadeira iluminação, seríamos capazes, ela escreve, citando John Keats [1795-1821], de lidar com "incertezas, mistérios, dúvidas, sem qualquer busca irritante por fato e razão".

Quais são as perspectivas do apelo de Armstrong por uma compreensão mais iluminada? Alguns carolas começam a se voltar para uma abordagem mais criativa, menos científica e dogmática da fé.

Ela acredita que um entendimento mais maduro de Deus diminuiria o antagonismo entre ciência e religião, reduziria a violência inspirada na religião e provocaria mais compaixão.

Infelizmente, a história mostra que a maioria das tentativas de combater elementos prejudiciais dentro da religião tende a provocar reações dos extremos. Armstrong está consciente disso; mas este livro, escrito com paixão, prodigiosamente pesquisado, é uma súplica poderosa para se tentar.


Artigo Publicado na Folha de S.P dia 02 de Agosto de 2009,

Escrito por John Cornwell, autor de "Darwin's Anges"

Este artigo foi publicado no "Financial Times", 

Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Gestalt

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Carpinerjar

Fabrício Carpinejar é poeta, escritor gaúcho. Passou pelo "Programa do Jô", divulgando seu novo trabalho, o livro "Canalha". O livro passa quase despercebido diante da tamanha criatividade e genialidade poética deste sujeito calvo, feio e de visual quase futuristico. Um sujeito no mínimo interessante, e divertido. 


Dica do PCoda, por SMS de madrugada. 

segunda-feira, 29 de junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

Miguel Nicolelis - O CARA

Dia 08 de Junho de 2009 no teatro da Folha, foi sabatinado o mais pop cientista brasileiro no mundo, primeiro conterrâneo nosso indicado ao Prêmio Nobel de Medicina, mais influente pesquisador da fisiologia cerebral atualmente, médico neurologista pela USP e Neurocientista da Universidade de Duke na Califórnia, Doutor Miguel Nicolelis. Por duas horas passou pelas perguntas dos exigentes colunistas da folha Hélio Schwartsman, Gilberto Dimenstein e Suzana Herculano. 

Começa falando sobre a ciência, o mundo dos cientistas, e a já conhecida dificuldade em fazer ciência no Brasil. Sugere que como exemplo aos países desenvolvidos o Brasil carece do apoio da sociedade na ciência. Conseguir financiamento, por parte da alta sociedade, promoveria um "Salto Quântico" na ciência brasileira. Essa falta é decorrente  do pouco interesse na educação por parte da elite brasileira. 

Define o pensamento como "uma onda elétrica, pequenininha, de milivolts, se espalhando pelo cérebro numa escala de tempo de milisegundos. O pensamento nada mais é, que um campo elétrico e um campo magnético, muito pequeno e difícil de medir.

Conclui adiante que "o nosso alcançe vai mudar a longo prazo, a nossa noção de mundo, de ambiente, de presença física vai mudar". Isso será possivel por meio desta interação entre cérebro e máquinas. O cerebro passará a considerar aparelhos, mesmo que a milhares de quilômetros, como sendo parte do próprio corpo. "É como se houvesse uma incorporação", afirma. Da mesma forma que o cérebro de um tenista considera a raquete como uma extensão do próprio braço. 

Contesta a idéia, muito difundida hoje pela frenologia do século XXI e popular entre os próprios neurocientistas, de o cérebro funcione com funções isoladas em cada região, compartimentalizada. Enfatiza que "Isto é Balela", e que "as funções do cérebro não são determinadas geograficamente, mas em função demanda que é imposta ao cérebro". A localização da função é probabilística e espalhada por todo o cérebro da mesma forma que a experiência da realidade nunca é unimodal, nunca é unicamente visual ou tactil. 

O debate passa por temas polêmicos, como quando Nicolelis conceitua Deus, que na sua opinião "de palmeirense", é "a necessidade de explicar de onde viemos", necessidade intrínseca de um cérebro que simula a realidade, e que a beleza disto, como a beleza de todo o funcionamento cerebral é que nada ocorre em regiões isoladas. Quando o tema é o livre arbítrio, Nicolelis dá uma resposta consesual e politicamente correta: "A resposta é quântica, sim e não". Existe um momento em que o livre arbítrio aparece, existe um momento em que uma intenção emerge através de diferentes combinações no cérebro. Entretanto essa intenção, esse livre arbítrio tem um limite, que é probabilistico, e limitado pelo ponto de vista, pela história de cada cérebro. Derruba o behavorismo ao concordar com Suzana, que "somos mais do que máquinas de responder à estímulos, somos quem criamos as máquinas". 

O vídeo tem mais de uma hora, mas vale muito a pena pra quem gosta de assuntos filosóficos, psicológicos e científicos. Vou parar por aqui, do contrário acabo escrevendo o vídeo todo e não deixo nada pra quem for assistir... Só clicar AQUI.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

TED CONFERENCE - SEXTO SENTIDO

Já postei aqui um video da TED Conference que acontece na Califórnia. A conferencia reúne os expoentes de todos os segmentos do conhecimento para troca de idéias e informações. A utilidade disso eu vou escrever num post logo mais, aguardem...

Então, aqui tem o a Dra. Pattie Maes, Doutora em Ciência da Computação e investigadora da área de interfaces fluidas do MIT. Ela expõe uma idéia não muito complexa de um dispositivo, chamado por ela de Sexto Sentido, que associado a uma pesquisa de dados de maior acurácia e processamento de dados mais rápidos no futuro, poderão transformar a telecomunicação muito mais indispensável do que é hoje. Uma tecnologia para onde estão convergindo celular, internet e gadgets. 

Confesso que a idéia a princípio me pareceu meio imbecil mas na conferência com a presença de autoridades da ciência e tecnologia, Maes e seu aluno foram aplaudidos de pé. Vale lembrar também que as projeções para o futuro são sempre conceitos, tendências. Acho que seria mais interessante se com a neurociência fizessem as informações aparecerem não numa superfície, mas na própria mente... nussss... 

São só 8 minutinhos, vale a pena...





sábado, 23 de maio de 2009

A Pergunta do Século...


"Todo mundo  'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos  filhos...  
Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"


sexta-feira, 22 de maio de 2009

A Aposta de Pascal derrubada

Acho que Richard Dawkins deve ser o cara mais ateu do mundo.  Apesar de descartar completamente a idéia divina judaico-cristã, tem outras idéias bacanas pra explicar alguns fenômenos interessantes. 

Por exemplo, Dawkins cunhou o termo "memeplexos", idéias que evoluem sob as mesmas regras da evolução biológica. Tudo começou em 1976 quando formulou o conceito de meme para designar unidades de informação cultural capazes de propagar-se entre mentes humanas de modo análogo àquele pelo qual genes se perpetuam em seres vivos. Estes emblemáticos conceitos são a tecnologia, a moda, piadas, factóides, as religiões. Todos considerados como complexo de memes, ou "memeplexos". Modéstia a parte, eu já havia levantado essa idéia ha muito tempo, de forma rudimentar, mas sozinho. 

Acho fascinante como uma idéia que é imaterial, pode, reproduzir-se de forma semelhante a organismos biológicos. Virus de computador não contém material biológico, mas se espalham ainda masi rápido que moléstias como variola e ebola. No conceito de Dawkins, as idéias tem em comum com os genes, as características fundamentais da evolução: variação, competição e, principalmente, a possibilidade de influir no processo evolutivo do ser e replicar a propria tese. 

O catolicismo, por exemplo, surgiu como uma variante do judaísmo. E, embora a Igreja Católica não goste muito de admitir, mudou bastante através dos tempos. Concorre com outros memeplexos --como os oferecidos pelos cultos evangélicos. No momento, está perdendo para eles, pelo menos no Brasil. Produz efeitos sobre as vidas das pessoas --que podem ser positivos, neutros ou negativos. Esses resultados ajudam ou atrapalham sua propagação. Uma religião que prescrevesse o sacrifício ritual de todos os seus membros aos 11 anos não duraria mais do que uma geração. Já uma que introduza hábitos de higiene ou induza à colaboração entre seus membros teria sua reprodução facilitada, pois adeptos seus viveriam e se reproduziriam mais do que os fiéis de credos menos "úteis".

Deixando a ideía dos memeplexos de lado, já que não tem nada haver com o vídeo que eu vou postar, começemos a falar sobre o que interessa no vídeo. 

Aqui Dawkins, ele próprio destrói com a "Aposta de Pascal". Como eu disse, Dawkins tem idéias bacanas, e com elas conseguiu destruir com a forma lógica mas imbecil de se convencer alguem a converter-se às religiões judaico-cristãs. A Aposta de Pascal, criada por Blaise Pascal, longamente apresentada no livro "Penseés", é um argumento que pode ser considerado calculista. Apesar de não ser um argumento direto a favor da existência de Deus tem a seguinte lógica de argumentos para convencer o comportamento humano de acordo com a existencia de Deus

Se você acredita em Deus e nas Escrituras e estiver certo, será beneficiado com a ida ao paraíso;
Se você acredita em Deus e nas Escrituras e estiver errado, não terá perdido nada; 
Se você não acredita em Deus e nas Escrituras e estiver certo, não terá perdido nada;
Se você não acretida em Deus e nas Escrituras e estiver errado, você irá para o fogo do inferno. 

Este argumento é uma maneira algo tendenciosa para se tentar convencer as pessoas da possibilidade da existência de Deus. Afirma que se deve acreditar no Deus judaico-cristão, porém existem milhares de outros Deuses a serem considerados como existentes ou não. É este o ponto onde Dawkins pega para implodir a Aposta de Pascal. 




Fibonnacci (de novo)

Mais uma vez Fibonnacci... 
Segue um video bem pirado mas bacana sobre o assunto.  Sempre que penso sobre essas coisas me pergunto: Será a matemática, a lógica, uma invenção da mente humana ou apenas uma receita, um código universal que observamos e descrevemos? 

Durmam com esse barulho!!!



DMT + PINEAL = CONSCIÊNCIA ?

DMT ou Dimetil-triptamina, é a substância encontrada no LSD e outros alucinógenos usados em experiências religiosas como a Ayahuasca. Pineal ou Glândula Epifisária é uma glândula situada entre os dois hemisférios cerebrais. É responsável pela regulação hormonal de todo o corpo, pelo controle dos ciclos circadianos ou sono-vigília e todos os ciclos vitais. O DMT também é produzido endogenamente pelo cérebro, entretanto é desconhecido ainda seu local de produção e um pouco menos de sua atuação. Suspeita-se de fato de alguma relação glândula Pineal, mas tudo muito longe do que sugere o video abaixo. Me chamou a atenção essa hipótese diferente, da interação entre os dois terem relação com a produção da consciência. 


quinta-feira, 9 de abril de 2009

Bug Cerebral

Acho uma imbecilidade comparar a mente com um computador. Mente e cérebro são duas faces da mesma moeda. Hardware e Software também. A analogia pode parecer perfeita, ainda assim, não gosto. Às vezes tenho que dar o braço a torcer para esta comparaçao. Nessas horas gosto de pensar que se meu cérebro é uma maquina e minha mente um software, eles são respectivamente um Mac e o OS Leopard. Ao contrario conheco alguns que ainda têm um DOS ou Windows 3.1 desatualizado instalado numa cabeça que mais parece um 286.  

Hoje enconrei este teste bacana na internet que fala de um Bug no cérebro. Bug no internetês é um erro no funcionamento comum de um software, também chamado de falha na lógica programacional de um programa de computador, e pode causar discrepâncias no objetivo, ou impossibilidade de realização, de uma ação na utilização de um programa de computador.

Resumindo, é quando acontece alguma coisa no seu micro e alguém fala: "DEU PAU!". Esse é o tal do Bug. 

Para provar isso, cientistas israelenses desenvolveram um pequeno exercício de cálculo. 

Para funionar, você deve fazer este cálculo mentalmente (e rapidamente), sem utilizar calculadora nem papel e caneta. Seja honesto com você mesmo, é mais legal =) 

Vamos lá: 

1º TESTE 
Temos 1000, acrescenta-lhe 40. Acrescente mais 1000. 
Acrescente mais 30 e novamente 1000. Acrescente 20. 
Acrescente 1000 e ainda 10. 
Qual o total? (resposta abaixo) 
























O resultado é: 5000? 
A resposta certa é 4100. 

Se não acreditar, verifique com a calculadora. O que acontece é que a sequência decimal confunde o nosso cérebro, que salta naturalmente para a mais alta decimal (centenas em vez de dezenas). 


2º TESTE: 
Conte, quantas letras "F" tem no texto abaixo sem usar o mouse, lendo de uma vez: 

FINISHED FILES ARE THE RE-SULT OF YEARS OF SCIENTIF-IC STUDY COMBINED WITH THE XPERIENCE OF YEARS 














Contou? 
















Quantos? 3? Talvez 4? 
Errado, são 6 (seis) - não é piada. Se não acredita, volte e leia mais uma vez. O cérebro não consegue processar a palavra "OF". 

Loucura, não? 
Segundo os cientistas, quem conta todos os 6 "F" na primeira vez é um "gênio". 3 é normal, 4 é mais raro, 5 mais ainda, e 6 quase ninguém. 


3º TESTE 
Alguma vez já se perguntou se somos mesmo diferentes ou se pensamos a mesma coisa? 
Faça este exercício e encontre a resposta: 

Responda uma de cada vez: 

Quanto é: 

15+6 





3+56 





89+2 





12+53 





75+26 





25+52 





63+32 




Sim, os cálculos mentais são difíceis mas agora vem o verdadeiro teste. Seja persistente e siga adiante. 



123+5 



RÁPIDO! PENSE EM UMA FERRAMENTA E UMA COR! 































Pensou em um martelo vermelho, não??? Se não, você é parte de 2 % da população que é suficientemente diferente para pensar em outra coisa. 98% da população responde martelo vermelho quando resolve este exercício. Seja qual for a explicação para isso, mandem para seus amigos para que vejam se são "normais" ou não. 

sexta-feira, 20 de março de 2009

A New Science of Life

Vou fazer propaganda de um livro aqui. Não faria isso se não achasse o assunto interessante. O autor, Rupert Sheldrake, propõe uma hipótese que tange as idéias de Jung no seu livro: "A Nova Ciência da Vida - A hipótese a ressonância morfica e a teoria do centésimo macaco". Parece um título perfeito para uma idéia que propôe romper com os paradigmas teóricos da ciência cartesiana. 

Uma metáfora explica muito bem a hipótese: Duas ilhas tropicias, habitadas pela mesma espécie de macacos, mas sem qualquer contato perceptível entre si. Depois de várias tentativas e erros, um esperto símio da ilha "A" descobre uma maneira engenhosa de quebrar cocos, que lhe permite aproveitar melhor a água e a polpa. Ninguém jamais havia quebrado cocos dessa forma. Por imitação, o procedimento rapidamente se difunde entre os seus novos companheiros e logo uma população crítica de 99 macacos domina a nova metodologia. Quando o centésimo símio da ilha "A" aprende a técnica recém-descoberta, os macacos da ilha "B" começam espontâneamente a quebrar cocos da mesma maneira. 

Como expus anteriormente essa é uma história fictícia. Numa versão alternativa, em vez de quebrarem cocos, os macacos aprendem a lavar raízes antes de comê-las. De um modo ou de outro porém ela ilustra a idéias dos "campos mórficos", porposta por Sheldrake. Segundo o cientista, os campos mórficos são estruturas que se estendem no espaço-tempo e moldam a forma e o comportamento de todos os sistemas no mundo material. São os campos mórficos que fazem com que um sistema seja um sistema, isto é, uma totalidade articulada e não um mero ajuntamento de partes. 

Sua atuação é semelhante à dos campos magnéticos, da física. Quando colocamos pó de ferro sobre uma folha e esta sobre um ímã, os grânulos metálicos distribuem-se ao longo de linhas geometricamente precisas. Da mesma forma, a areia, sobre uma placa metálica exposta ao som, forma desenhos geométricos de acordo com a frequencia deste som. De modo parecido, os campos mórficos distribuem-se imperceptivelmente pelo espaço-tempo, conectando todos os sistemas individuais a que eles estão associados: átomos, moléculas, cristais, organelas, células, tecidos, órgãos, organismos, sociedades, ecossistemas, sistemas planetários, sistemas solares e galáxias. 

A analogia termina aqui. Segundo Sheldrake, os campos mórficos, ao contrário dos campos físicos, não transmite energia, apenas pura informação. O processo pelo qual essa coletivização da informação ocorre foi batizado com nome de "ressonância mórfica". Por meio dela, as informações se propagam no interior do campo mórfico, alimentando uma espécie de memória coletiva. Parece telepatia, mas não é. Traduzindo isso para a psicologia transpessoal de base Junguiana, pode-se relacionar com a idéia do inconsciente coletivo, já bem conhecido e aceito científicamente.  

A corrente majoritária da biologia vangloria-se de reduzir a atividade dos organismos vivos à mera interação físico-química entre moléculas e faz do DNA uma resposta para todos os mistérios da vida. A realidade, porém, é exuberante demais para caber na saia justa do figurino reducionista. 

Exemplo disso é o processo de diferenciação e especialização celular que caracteriza o desenvolvimento embrionário. Como explicar que um aglomerado de células absolutamente iguais, dotadas do mesmo patrimônio genético, dê origem a um organismo complexo, no qual órgãos diferentes e especializados se formam, com precisão milimétrica no lugar e no momento certo?

A biologia reducionista diz que isso se deve à ativação ou inativação de genes específicos e que tal fato depende das interações de cada célula com sua vizinhança (celulas do aglomerado e o ambiente). É preciso estar completamente entorpecido por um sistema de crenças para engolir uma "explicação" dessas sem estar aberto a outras compreensões. Com todos os defeitos que possa ter, a hipótese dos campos mórficos é bem mais plausível. Uma estrutura espaço-temporal desse tipo direcionaria a diferenciação celuar, fornecendo uma espécie de roteiro básico ou matriz para a ativação ou inativação dos genes. 

Novamente cabe críticas à biologia reducionista, que transformou o DNA numa cartola de mágico, da qual é possível tirar qualquer coisa. Na vida real, porém, a atuação do DNA é bem mais modesta. O código genético nele inscrito coordena a síntese das proteínas, determinando a sequência exata dos aminoácidos na construção dessas macromoléculas. Os genes ditam a estrutura primária e "ponto". "A maneira como as proteínas se distribuem dentro das células, as céluas nos tecidos, os tecidos nos órgãos e os órgãos nos organismos não estão programadas no código genético", afirma Sheldrake. "Supõe-se atualmente que o organismo se monte automaticamente. É o mesmo que enviar, na ocasião certa, os materiais corretos para um local de construção e esperar que a casa se construa espontâneamente."

Tanto quanto a diferenciação celular, a regeneração de organismos simples é um outro fenômeno que desafia a biologia reducionista e conspira a favor da hipótese dos campos mórfogenéticos. Ela ocorre em espécies como a dos platelmintos, por exemplo. Se um animal desses for cortado em pedaços, cada parte se transforma num organismo completo. O sucesso da operação idepende da forma como o pequeno verme é seccionado. O paradigma científico mecanicista e cartesiano, capota desastrosamente diante de um caso assim. Descartes concebia os animais como autômatos e uma máquina perde a integridade e deixa de funcionar se algumas de suas peças forem retiradas. Um organismo como o platelminto, ao contrário, parece estar associado a uma matriz invisível, que lhe permite regenerar sua forma original mesmo que partes importantes sejam removidas. 

Uma elaboração mais detalhada da idéias de Sheldrake pode trazer impactos de difícil compreensão na vida humana. Segundo Sheldrake, "Experimentos em psicologia mostram que é mais fácil aprender o que outras pessoas já aprenderam". É bastante comum também os casos de pessoas que tiveram idéias parecidas em tempos próximos. Se definitivamente comprovada, a idéia dos campos mórficos poderiam revolucionar o tratamento com células tronco e também acelerar o processo de aprendizado na educação. Revolcionaria também os comportamentos violentos e pervertidos, proporcionando métodos de terapia mais eficazes. Segundo Sheldrake, "A ressonância mórfica tende a reforçar qualquer padrão repetitivo, seja ele bom ou mal".

Doutor em biologia pela tradicional Universidade de Cambridge e dono de uma vasta experiência de vida, Sheldrake publicou seu primeiro livro em 1981, quando já era suficientemente seguro de si para suportar as críticas à sua idéia heterodoxa. Enquanto a New Scientist elogiava o trabalho como "uma importante pesquisa científica" a Nature o considerava como "o melhor candidato a fogueira em muitos anos". 

Idependente da validade ou não dos conceitos e das idéias de Sheldrake, vale o respeito pela elaboração de novas formas de compreensão das coisas de uma forma holística e global. Vai de acordo com um dos preceitos de inteligencia que tenho: "A mente genial é aquela que consegue no mesmo tempo abarcar idéias do infinitamente grande e do infinitamente pequeno" 

Sartre em 5 minutos

Paulo Ghiraldeli consegue resumir brevemente neste vídeo as principais idéias de do filósofo francês Jean Paul Sartre, ícone do existencialismo moderno. 





quarta-feira, 18 de março de 2009

Steve Jobs

Steve Jobs, para quem ainda não conhece, é o fundador da Apple e criador do melhor computador pessoal com o melhor sistema operacional já feito até hoje. Além disso, o que faz dele um dos empresários mais admirados no mundo é sua capacidade de inovação. Inovou na interatividade com o computador inventando a idéia do mouse; criou o sistema para computadores multi-operacional e em janelas (copiado mais tarde, entre outras coisas, pelo Sr. Gates); inovou a forma como se ouve música com os tocadores de Mp3 (o primeiro foi o Ipod); inovou novamente com o telefone touch screen e com acesso a internet (o primeiro foi o Iphone). Ou seja, um cara criativo com uma visão sempre a frente de seu tempo.  Sem ele muitas coisas das quais estamos acostumados hoje, talvez nem existiriam. 

Deixando a rasgação de seda um pouco a parte, vamos ao video...

Este vídeo, mostra Steve Jobs em 2005, quando fez  um discurso na formatura de graduação da turma de alguma coisa em Stanford, nos EUA. Como paraninfo, deu conselhos aos formandos expondo fatos interessantes de sua vida: como fez a Apple e a Pixar serem as grandes empresas que são hoje; as adversidades que enfrentou até ser o cara que é hoje, como por exemplo o fato de ser adotado, de como foi demitido da própria empresa que criou e de como enfrentou o diagnóstico de câncer. 

Em resumo, dá uma lição de amor por aquilo que se faz, e pela vida. 




Dica do Rui Castro por E-mail

domingo, 8 de março de 2009

Paradoxo


"Um paradoxo é uma verdade em pé sobre sua própria cabeça."

Pensa....



Pensa mais um pouco...

Nada a haver com a foto né...

Males da Infância

Um dos meus grandes mestres, Prof., Getúlio Castro, é um cara que estuda com afinco a tal da "Neuropsicanálise", uma coisa que particularmente sempre achei uma grande bobagem, afinal psicanálise e neurobiologia falam de coisas muito diferentes. Uma fala da vida e da relação do sujeito com o outro, com o ambiente. A outra fala das neurotransmissões e dos mecanismos cerebrais envolvidos. Depois de ler esse artigo, consegui entender melhor o que sse passa na cabeça do "Get", além de entender que meu desgosto por essa associação vinha de simplismente não conseguir compreender que ela era possível. 

O Biológo Sidarta Ribeiro, chefe da tropa do Instituto Internacional de Neurociência de natal (RN), costuma dar uma palestra sobre Freud e a neurobiologia que deixa torcidos os narizes tanto de psicanalistas quanto de biólogos. O ponto alto é uma relação de pesquisas recentes para mostrar que Freud atirava no que via e às vezes acertava no que não podia ver. Faltava-lhe a mira telescópica da biologia molecular.

Ribeiro terá de aumentar a lista para incluir um novo trabalho revelador de Patrick mcGowan. O estudo da universidade canadenese McGill, na última edição do periódico "Nature Neuroscience", focaliza um mecanismo que ajuda a entender como de modo concreto e não por meio de vagas "pulsões", como experiências da infância que conformam a base do comportamento do adulto. 

MCGowan também não trabalhou com os genes, que alguns desinformados ainda supõem conter todo o destino de uma pessoa escrito em código cifrado de DNA. Deu preferência para um dispositivo químico (metilação) que silencia genes, ou seja, impede que eles sejam usados pelas células. Fez essa escolha a partir de pesquisas com ratos apontando que era um mecanismo importante para gravar no cérebro efeitos de vivências infantis. 

Niguém sabe se roedores têm complexo de Édipo, mas já se conhece bem o resultado de lambidas frequentes das ratas sobre seus filhotes. Eles se tornam mais resistentes ao estresse, característica que mantém até a vida adulta. E esta resposta tem a ver com hormônios glicocorticóides, como o cortisol (conhecido como o "hormônio do estresse").

No foco da pesquisa canadense estava a metilação do gene NR3C1, mordaça bioquimica que atrapalha a comunicação desses hormônios. Seguindo a pista dos ratos, a equipe de McGowan levantou a hipótese de que seres humanos maltratados na infância - por abuso sexual, espancamentos, etc - apresentariam o mesmo padrão de silenciamento. Acertaram na mosca do alvo invisível para Freud. 

Como não dá para fazer com gente viva os experimentos infligidos a roedores, o grupo da McGill recorreu a cadáveres. Mais exatamente, cadáveres de suicidas, divididos em dois grupos: com e sem história documentada de abusos na infância. 

Para controle, examinaram também a metilação do gene NR3C1 no cérebro de pessoas que tivessem morido de modo repentino. 

O resultado esperado era que o padrão de silenciamento de glicocorticóides entre suicidas maltratados na infância fosse mais intenso do que entre os outros suicidas ou entre não suicidas. Não deu outra! McGowan mostrou que, assim como acontece com ratos,  seres humanos carregam para a vida adulta marcas indeléveis do que os entes queridos lhes fazem (ou deixam de fazer). 

É obvio que devem existir muitos outros mecanismos do gênero em ação, como alerta Steven Hyman, da Universidade de Harvard, no mesmo número da "Nature Neuroscience". Para entendê-los, "será necessária a profundidade ilustrada pela linha de pesquisa que culminou no trabalho de McGowan et al., mas também uma amplitude muito maior, e então [teremos] os meios para elucidar o número estonteante de interações gene-gene e gene-ambiente que estão por trás de quem somos e do que fazemos". 

McGowan encontrou o que podemos chamar de o "inconsciente molecular", por assim dizer - de cuja compreensão não nos encontramos tão mais próximos assim do que estava Freud quando escreveu em 1895, seu "Projeto para uma Psicologia Científica". 

Baseado no texto homônimo de Marcelo Leite na Folha de SP

domingo, 22 de fevereiro de 2009

O paradoxo da escolha

A TED conference, é um encontro internacional que acontece todos os anos em Monterey na Califórnia. Nessa conferência, grandes personalidades de diferentes segmentos se encontram para dividir uma coisa única: suas idéias. Esse ano teve até uma peraltice do tio Bill Gates, que abriu no auditório lotado um vasilhame contendo mosquitos supostamente infectados com malária. Porque só os pobres podem pegar malária? - perguntou ao fazer isso. 

Repassar idéias e conhecimento é a capacidade mais nobre do ser humano. Essa é a capacidade que faz do homem, como espécie, ser a dominante neste planeta. Por essa capacidade chegamos no nível evolutivo que estamos hoje. 

Revirando o youtube atrás de alguma coisa interessante sobre essa conferencia, encontrei esse vídeo aqui. 

Barry Schwartz, psicólogo norte americano, conta que saiu um dia para comprar uma calça jeans, encontrou tantas opções que não conseguia decidir-se, e ao fazer isso não sentiu-se satisfeito com a sua compra, ainda que sua calça fosse bacana. 

E por que não estava satisfeito? Acabou escreendo um livro todo para tentar dar essa resposta a si mesmo. 

Segundo Barry, o conceito industrial de liberdade é ter mais possibilidades de escolha, portanto é isso que a indústria faz.  Quando se vai à um supermercado, encontra-se uma inifinidade de diferentes aparelhos de tv ou som, cada um com alguma coisa diferente do outro. Também, quando alguém vai ao médico, este já não lhe diz mais o que deve fazer. O médico dá opções ao paciente. Ele lhe diz: você pode fazer "A" que tem estes benefícios e estes riscos, ou você pode fazer "B" que tem estes benefícios e estes riscos. 

Mas isto é bom ou ruim afinal de contas? 

Segundo Bary isto é ruim, pois causa uma espécie de paralisia. Muitas opções acabam por levar as pessoas a uma dificuldade de escolha. E mesmo quando fazem sua escolha as pessoas terminam menos satisfeitas, do que se tivessem menos opções de escolha. Uma maior opção de escolha, aumenta a expectativa sobre o que se quer. Por aumentarem suas expectativas com relação à algo, as pessoas passam a pensar que existiria alguma outra opção que seria a mais "perfeita", com a qual estariam mais satisfeitas. 

Isto faz com que se desfaça da escolha prévia e torne a fazer outra, na ilusão de que a outra opção seja a perfeita. Na prática, deixa-se o celular velho na gaveta e compra-se um Iphone. 

Por este fato, segundo Schwartz, a depressão na sociedade industrial tem explodido.  As pessoas culpam-se por não sentirem-se satisfeitas com os resultados de suas decisões. 

Algo um pouco juvenil, no meu ponto de vista, reduzirmos o comportamento desta forma, entretanto, tem lógica e é congruente. 

Ha, tá em inglês, sem legenda.




A grande farsa do aquecimento global

Pra quem viu o filme "Uma verdade inconveniente" do Al Gore, este vídeo vai sem dúvida parecer uma ofensa. Quando o mundo todo fala em efeito estufa, aquecimento global causado pelo homem, aparecer alguém falando o oposto faz pensar que esse alguem deve ser um idiota ou coisa parecida. 

Entretanto, gosto de Voltaire: "Não concordo com uma palavra sequer do que dizes, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-las". Um debate não pode ser unilateral, isso não forma síntese. É sempre necessária a antítese. Do contrário não é uma discussão, não é um dialogo, é um monólogo. Não é um pensamento racional, é loucura. Na atualidade vemos todo mundo proferindo as palavras sobre o aquecimento causado pela ação humana. Achei interessante entender um pouco o outro ponto de vista, que quase não encontra espaço nos meios de comunicação. 

O vídeo afirma que as políticas de meio ambiente são fruto de uma ideologia de esquerda que surgiu após a queda da URSS e do muro de berlim. Usa outra lógica para mostrar que o planeta esquenta não pela ação humana, mas por um mecanismo natural periódico. A emissão de CO2 dos vulcões, mesmo inativos, ultrapassa toda a emissão humana de CO2 na terra. A partir disto, aceita que o aumento de CO2 está relacionado com o aumento de temperatura no planeta, entretanto não como causa, mas como consequência. Afirma que em periodos de maior atividade solar, ocorre um aquecimento dos oceanos, e este sim, é o grande responsável pela liberação de CO2 na atmosfera nestes períodos. 

Concordando ou discordando, vale a pena ver.


















sábado, 21 de fevereiro de 2009

Ultimas notícias do LHC

Há... andava meio preocupado ultimamente. Desde que o CERN desligou o LHC por um "problema técnico" eu não mais encontrava notícias a respeito do mesmo. Me preocupei na verdade não com o laboratório, mas com minhas idéias a respeito dele. Cheguei a pensar que o LHC tinha engolido o mundo e estavamos vivendo em um universo paralelo em que ele não existia mais... rsrsrs brincadeira... 

Enfim, hoje encontrei a notícia mais bombástica sobre o LHC até o momento: Tom Hanks vai apertar o botão de "ON" do monstro quando ele for religado. Quer ver? confira aqui.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Mistério Divino Solucionado

Sabe aquela conversa de que teve um cara que fez água virar vinho? 
Então... acho que se eu tentar eu consigo transformar água em wisky..



segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Deus, o universo e todo o resto

Sobre a minha promessa de postar aqui o vídeo que comentei no post anterior, tá aí. Achei bem bacana. Não é apenas um debate sobre física, cosmologia, e ciência. Vai muito além disso, à um debate filosófico e espiritual. Não consegui ver o nome do programa, mas é do final da década de 70 (antes ainda que eu tivesse nascido) e gravado na inglaterra. O programa tem como mediador o apresentador Magnus Magnusson. Os convidados são Stephen Hawking, na época professor de matemática da Universidade de Cambridge na Inglaterra, Carl Sagan (que Deus o tenha), professor de astronomia e ciências espaciais na Universidade de Cornell em Nova York, e Arthur C. Clark professor da Universidade de Moratuwa no Sri Lanka, escritor de "2001: Uma odisséia no espaço".


Primeira parte


Segunda Parte


Terceira Parte


Quarta Parte


Quinta Parte


Sexta e última Parte

Mandelbrot Set

Falei da Teoria do Caos e de fractais em um post abaixo (Neurônios=Universo). Sempre que falo sobre isso fico com a impressão de que ninguem vai entender porra nenhuma do que to falando. As vezes fico com a impressão que até eu não to entendo porra nenhuma do que to falando. De fato não entendo muito do que eu to falando. Não sou matemático, nem físico, apenas um aficcionado pelas coisas. Portanto não me considero na obrigação de entender as coisas profundamente e de maneira sistemática. Faço meu esforço no sentido de formar uma opinião crítica e de apenas não entender as coisas de forma errada. Isso me basta. Não quero ser expert em caos e fractais. Quero apenas ter idéia do que isso é, representa e funciona. 

Hoje assitindo um debate da década de 70 no Youtube, (que depois eu posto aqui), com Carl Sagan, Sthepen Hawking e um outro cara que que não lembro o nome mas escreveu 2001 uma Odisséia no Espaço, encontrei esse outro vídeo que mostra a idéia do caos e a ordem das coisas atraves dos fractais. 

Aliás para entender melhor o que eu quero dizer vale ver estes dois posts aqui: 


Éssa representação se chama "Mandelbrot Set", é a representação mais conhecida e prática pra se entender o assunto. Segue o vídeo: 


 

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Hacker

Teve uma época em que eu sonhava em ser hacker. A minha maior peripércia como hacker foi conseguir instalar uma versão do Windows 95 pirateada no meu velho PC. Aquilo foi o êxtase. Me imagino no lugar desse sujeito, eu ia me sentir um deus! 

O cara é um hacker holandês. Nos vídeos ele invade o teleprompter de apresentadores de televisão, placas eletrônicas de estradas, manda mensagem à todas as mulheres de um bar e até levanta uma ponte usando um palmtop. 

Podem dizer que é fake, é bom duvidar de tudo que há na internet. Mas quando penso que isso pode ser verdade, me sinto tão ludibriado quando vi o primeiro psiquiatra no BBB. 

Há!!! Qual é o computador do cara???? Baaaabeeeem.... (e depois comprem um mac)

Cliquem aqui para ver os vídeos

Neurônios = Universo

Desde a primeira vez que li algo a respeito da Teoria do Caos, me senti completamente fascinado. A princípio o próprio nome já me intrigava. Me indagava como era possível uma teoria sobre aleatoriedade? (Ainda que as duas não sejam a mesma coisa) Na época, imaginava a ciência como um método meramente estatístico e dentro desta concepção de fato é ilógico teorizar sobre algo "inestatisticável". 

Quem me salvou de acabar caíndo na loucura foi um matemático. Esse cara se chamava Leonardo de Pisa (1170 - 1250), também conhecido, após sua morte, como Leonardo Fibonacci. Encontrei as idéias dele quando estudava a oscilação do mercado financeiro, no intuito de me tornar milionário da bolsa de valores. Não tenho certeza se foi ele quem disse algo que resume exatamente o meu esforço de compreensão desse paradoxo em que eu vivia: "A ordem emerge do caos". Fibonacci foi quem primeiro descreveu padrões em comportamentos caóticos. Hoje suas teorias são usadas na previsão "parca" do mercado financeiro, da previsão do tempo e etc. E por mais que sua acurácia não seja a tal sonhada por nós, pelo menos conseguimos prever algo próximo do mínimo desejável. 

Pra entender melhor: o caos é pura desorganização, aleatoriedade, onde as coisas acontecem sem nenhuma intenção ou propósito, como tudo "aparentemente" no mundo. Analizando as coisas de um horizonte mais distanciado, Fibonacci percebeu que dentro dessa aleatoriedade, dessa desorganização, as coisas pareciam acabar em algum ponto se organizando. Com essa primitiva organização surgem alguns padrões, os chamados fractais, que são padrões que se repetem dimensionalmente. De certa forma isso se relaciona com o post que escrevi alguns dias atrás "A ciência do coletivo". Hoje achei uma foto que por mera "coincidência" (E há de se compreender o que essa palavra significa em sua ontologia), ilustra visualmente bem essa idéia. 


Os créditos das imagens são de David Constatine e saíram no New York Times. 

Pense comigo: Você, "ser" que lê esse blog agora, recolha-se a sua insignificância, mas ao mesmo tempo tenha ciência de sua importância. Você não passa de uma fagulha de energia instatânea de um elétron pra esse universo. Mas, dentro do seu cérebro, existem células, que são feitas de átomos, e nos elétrons destes átomos pode existir uma energia "infimomentânea" que imagina ter consciência assim como você. Eita porra...