sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A vida

A essência (da vida) é a finitude como ser superado de todas as diferenças, em puro movimento de rotação ao redor de seu eixo, a quietude de si mesmo como infinitude absolutamente inquieta; a independencia mesma, na qual se dissolvem as diferenças de  movimento; a essencia simples do tempo, que tem nesta igualdade consigo mesma a figura compacta do espaço. 
Mas nesse meio simples e universal, as indiferenças são também como diferenças, pois esta fluidez universal só tem sua natureza negativa enquanto é uma superação delas; mas não pode superar as diferenças se estas não têm subsistência. E é precisamente esta fluidez que, como independência igual a sí mesma, é ela mesma a subsistência ou a substância delas, na qual elas são, portanto, como membros diferenciados e partes que são para si. 
O ser já não tem o significado da abstração do ser, nem a essencialidade pura destes membros da abstração da universalidade, senão que seu ser é cabalmente aquela simples substância fluida do puro movimento em si mesmo […] 
Portanto, a substância simples da vida é o desdobramento desta mesma em figuras e, ao mesmo tempo, a dissolução destas diferenças subsistentes […] 
Todo este ciclo constitui a vida, que não é o que primeiramente se havia dito, a continuidade imediata e a solidez de sua essência, nem a figura subsistente e o discreto que é para si, nem o puro processo disso tudo, nem tampouco a simples agrupação destes momentos, senão o todo que se desenvolve, dissolve seu desenvolvimento e se mantem simplesmente neste movimento. 

Hegel, em Fenomenologia do Espírito

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Educação digital

O cara se acha pra caralho, mas paguei pau pra aula dele. O video tem cerca de 1 hora e em todos os blogs por onde passou foi visto por inteiro. Eu vi inteiro. Nao que eu tenha tempo de sobra pra ficar uma hora vendo porcaria, não, não é isso. O video é muito bom mesmo. Esse nanico que nos fala no video é um tal de Luli Radfahrer e nesse vídeo ele dá um pincelada sobre o modelo educacional brasileiro hoje  e como a inclusão digital, internet e o pensamento do Sec. XXI deveriam estar na transformação desse modelo. Com didática e fluência fabulosas associadas a um tema interessantissimo, não há como não assistir tudo. 
Agora, dá só uma olhada no currriculo do nanico: 

Luli Radfahrer é Ph.D. em comunicação digital pela ECA-USP, de onde também é professor há mais de dez anos. Trabalha com internet desde 1994, quando fundou a Hipermídia, uma das primeiras agências de comunicação digital do país, hoje parte do grupo Ogilvy. Saiu em 96 para fundar seu estúdio, onde atendeu AlmapBBDO, MTV, FIAT, Leo Burnett, VISA, Volkswagen e Camargo Corrêa. Em 99 foi para a StarMedia de Nova York assumir a Vice-Presidência de Conteúdo. De volta, criou a dpz.com, divisão digital da agência de propaganda DPZ. Em 2002 trabalhou em Londres, com projetos de TV Interativa e comunicação wireless. Voltou como consultor, tendo como clientes a AOL Brasil (redesenho e reestruturação do conteúdo) e o McDonald’s (projeto de conteúdo para o McInternet). Desenvolve, segundo seus amigos, “projetos meio malucos” para empresas no Brasil, Canadá, Estados Unidos e Oriente Médio. Colunista da revista Webdesign, é autor dos livros “Design/web/design” e “Design/web/design:2”, considerados referência para a área, e “A Arte da Guerra Para Quem Mexeu No Queijo Do Pai Rico”, uma análise crítica e bem-humorada do ambiente corporativo.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Plástico seus idiotas!!!

O comediante e crítico George Carlin fala sobre a onda de "Salve o planeta". Consegue com o discurso quebrar com o sempre presente antropocentrismo narcísico caracteristico dos humanos e colocar essa espécie em seu lugar. E termina com uma conclusão perfeita!


domingo, 23 de novembro de 2008

Um lance de dados

Um lance de dados, por Ferreira Gullar, na Folha

QUANDO DIGO que a vida não é newtoniana e, sim, quântica, sei que não estou fazendo uma afirmação científica, mas, como poeta que às vezes sou, valho-me de uma metáfora para baratinar a cabecinha do próximo e fazê-lo se dar conta de que, muitas vezes, dois mais dois são cinco.
Por exemplo, a eleição de Barack Obama para a Presidência dos Estados Unidos. Isso tem lógica? Está dentro do previsível? Agora, depois que aconteceu, parece ter lógica e deve ter, já que aconteceu, mas não a lógica do dois-mais-dois quatro.
Assim que ele se lançou candidato e lhe vi o rosto, achei que não ia dar. Não apenas porque ele fosse mulato mas porque me parecia frágil, sem aquele maxilar de macho: uma aparência de intelectual recém-saído da adolescência. E disse a mim mesmo: "Os americanos não vão entregar o país a esse rapaz".
Isso sem contar que ele se chamava Barack Hussein Obama. No entanto, ele derrotou Hillary Clinton e, finalmente, John McCain. Vai governar a maior potência econômica e política do planeta.
A impressão que se tem é de que o mundo está contente com a vitória dele. E otimista. Todos esperamos que algum milagre aconteça, que esse jovem mulato, inteligente, informado, brilhante e objetivo faça o mundo mudar para melhor. É esperar muito? Certamente, mas sem esperança não se suporta viver.
Tudo bem, aconteceu, o improvável aconteceu. Mas, se aconteceu, foi porque era possível acontecer, e quem, como eu, temia não ser possível equivocou-se. É que a vida é quântica: a simples lógica não dá conta dela.
Será possível, agora, saber quando tudo começou? Foi com os discursos de Martin Luther King, a afirmar que tinha um sonho e que esse sonho era de uma pátria fraterna, sem discriminação racial? Foi durante a luta dos anos 60 pelo Poder Negro? Esses fatos, certamente, influíram, mas é impossível determinar, na natureza e na história, quando exatamente as coisas começam, mesmo porque o curso da existência, por serem tantos os fatores que sobre ele atuam, resulta produto tanto da necessidade quanto do acaso.
A verdade, porém, é que, se Barack Obama não tivesse nascido, isso não teria acontecido. Surgiria um outro mulato inteligente, orador brilhante, carismático para vencer as eleições norte-americanas de 2008? Dificilmente. E o próprio Obama teria ganhado esse pleito, se ele não tivesse ocorrido depois dos dois desastrosos governos de George W. Bush?
Há quem diga que não, não teria, e, se isso for verdade, devemos concluir que Bush, com suas guerras e mentiras, também concorreu para a vitória de Obama. E a crise financeira que se deflagrou no planeta em plena campanha eleitoral não contribui para a vitória do democrata?
Como se vê, a história não está predeterminada. A não ser para aqueles que acreditam no destino -como os gregos acreditavam-, o fortuito também influi nos acontecimentos mais relevantes. Por isso, vale a hipótese de que, se Obama não tivesse nascido, a história que o mundo iria viver daqui para a frente seria outra. Isso não significa que ele seja um predestinado, que nasceu para salvar o mundo.
Nem sei se o governo dele vai ser tão bom quanto todos nós desejamos. Pode ser, pode não ser. Mas, se ele não tivesse nascido de um negro queniano e uma branca norte-americana do Kansas, com esse charme todo, não teríamos agora um presidente mulato na Casa Branca. Isso significa que nenhum outro negro chegaria a governar os Estados Unidos? Não, mas talvez não acontecesse tão cedo.
Porque assim é a história humana: o que acontece poderia não acontecer. Não pretendo dizer que tudo seja mero produto do acaso, e, sim, que a necessidade tem incontáveis modos de realizar-se.
E que, por isso mesmo, as pessoas, por sua capacidade de ação e inteligência, podem influir decisivamente no destino da humanidade.
O certo é que, durante décadas e décadas, naquele fervilhar de gente que é seu país -pessoas que se amam e se odeiam, ambições e traições, filhos que nascem e viram bandidos ou artistas de cinema, poetas ou campeões de golfe-, essa vitória surpreendente era gestada, sem que ninguém se desse conta.
E assim como numa mesa de sinuca, onde se movessem milhões de bolas (desde a queda das Torres Gêmeas, o escândalo Clinton, as mentiras de Bush e a guerra do Iraque), preparava-se a ascensão de um jovem mulato ao mais alto posto a que um norte-americano pode chegar. E chegou. Agora, les jeux sont faits, os dados foram lançados.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Consciência

Isso é gente??? 
O preconceito não é pela cor. 
É pela pobreza, material, intelectual e social!


Chupinhado do Chongas

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Obama e o resgate do espírito americano

A eleição de Barack Obama eletrizou o mundo, mas ainda não é possível saber exatamente a razão. Há uma espécie de prazer transcendental em saber que Bush partiu, e em vê-lo ser substituído por um sujeito que não é de seu partido, que é um novato na política, negro, liberal e jovem, uma antítese completa desses anos sombrios, repletos de um grave conservadorismo messiânico excludente. O terrorismo, mantra dessa administração desastrosa, que anulou todas as demais considerações, deixa de ter o sentido original de urgência e se dilui numa agenda ampla de preocupações, liderada sobretudo pelo aquecimento global e pela irresponsabilidade do mercado financeiro. 

No entanto, por esse aspecto, Obama ainda não é história. Ele é apenas o fim, digamos, “dialético” de uma idéia de poder que desconsiderou a razão como vetor, substituindo-a pelo que Bush chamou de “clareza moral”, termo cuja ambiguidade estudada é ampla o bastante para justificar mentiras e engodos de toda sorte. 

Por essa razão, sobre os ombros de Obama repousam expectativas que vão muito além dos fatos. Dele se espera que seja resgatado o “espírito americano”, o leitmotiv de milhões de pessoas que desde o século 18 ajudaram a transformar os EUA de um pântano num país admirável, que já foi modelo para o mundo. E isso num contexto de crise profunda, não só sob o aspecto econômico, mas de sua própria identidade. 

Obama será história se, em seu governo, conseguir devolver os americanos a seus sonhos. Enquanto isso não acontecer, ele será apenas uma boa notícia – o que não é pouca coisa nessa triste América legada por Bush.

Por Marcos Guterman

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A Ciência do Coletivo

"(...) Cada célula do nosso corpo é uma parte que está no todo de nosso organismo, mas cada célula contém a totalidade do patrimônio genético do conjunto do corpo, o que significa que o todo está presente também na parte. Cada indivíduo numa sociedade é uma parte de um todo, que é a sociedade, mas esta intervém, desde o nascimento do indivíduo, com sua linguagem, suas normas, suas proibições, sua cultura, seu saber; outra vez, o todo está na parte. com efeito, 'tudo está em tudo e reciprocamente'. Nós mesmos, do ponto de vista cósmico, somos uma parte no todo cósmico: as partículas que nasceram nos primeiros instantes do universo se encontram em nossos átomos. O átomo de carbono necessário para a nossa vida formou-se num sol anterior ao nosso. Ou seja, a totalidade da história do cosmos está em nós, que somos, não obstante, uma parte pequena, ínfima, perdida no cosmos. E sem dúvida somos singulares, posto que o princípio 'o todo está na parte' não significa que a parte seja um reflexo puro e simples do todo. Cada parte conserva sua singularidade e sua individualidade, mas, de algum modo, contem o todo."

Edgar Morin (1996), em Epistemologia da Complexidade, p. 275

domingo, 21 de setembro de 2008

Ex-istencialismo

O ser que constitui o objeto do desejo do para-si é, portanto, um em si que seria para si mesmo seu próprio fundamento. Assim, pode-se dizer que o que torna o projeto fundamental da realidade humana mais bem concebível é que o homem é o ser que projeta ser Deus. E se o homem possui uma compreensão pré-ontológica do ser de Deus, não foram nem os grandes espetáculos da natureza nem o poder da sociedade que lhe conferiram, mas sim Deus representa o limite permanente a partir do qual o homem anuncia a si próprio o que é. Ser homem é tender a ser Deus; ou conforme se prefira, o homem é assediado pelo ideal do "ens causa sui" que as religiões chamam de Deus. Por outras palavras ainda: "Sucede como se o mundo, o homem e o homem-no-mundo só chegassem a realizar um Deus fracassado. Sucede portanto, como se o em-si e o para-si se apresentassem em estado de desintegração em relação a uma síntese ideal.  Não que a integraçao tenha sido efetuada jamais, mas precisamente pelo contrário, porque ela é sempre indicada e sempre impossível". Infelizmente, "a idéia de Deus é contraditória e nós nos perdemos em vão"; o homem é uma paixao inútil. 

Robert G. Olson em Introdução ao Existencialismo, p. 78


É o que eu digo: Somos o universo dando-se conta de sí mesmo.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

O maior experimento da história

Estamos ha algumas horas do fim do mundo como o conhecemos. Às nove horas da manhã do dia 10 de setembro de 2008 (quatro da madruga em sampa), algum sujeito na suiça apertará um botão vermelho para iniciar o funcionamento do maior acelerador de partículas da história. A intenção é simular as condições do universo logo após o Big Bang (se isso mesmo existiu). Existem boatos de que a colisão entre prótons que ocorrerá no interior do LHC (sigla para Large Hardron Collider) será suficiente para criar um buraco negro capaz de engolir a terra toda.

Funciona da seguinte forma: Nos 24 quilômetros de extensão do LHC os cientistas irão acelerar partículas até uma velocidade iminente à da luz, ou seja, quase 300 mil quilômetros por segundo, e à uma temperatura de -271 graus Celcius. Não bastasse esse feito, ainda irão colidir as particulas aceleradas em sentido contrário, causando o choque que espatifará particulas menores para todos os lados. Essas particulas, restos de prótos colididos existem apenas por frações de segundos e os cientistas pretendem observá-las atraves de placas onde elas irão parar logo após a colisão e logo antes de desaparecerem.

Devido a intensidade da colisão, o aparelho irá de fato criar buracos negros, porém tão pequenos e que se fecharão tão rapidamente que não serão capaz de engolir um fio de cabelo sequer. Portanto não há risco de que o mundo como o conhecemos desapareça no sentido literal. Entretanto as revoluções da física e o entendimento que o LHC trará para o conhecimento humano de fato deixarão nosso tempo e e nossa vida na era jurássica assim que as descobertas tragam resultados práticos, o que acontecerá em alguns poucos anos. Entre as pesquisas, a que mais atiça a comunidade científica é a busca por uma partícular chamada Bóson de Higgs ou partícula divina. Segundo cálculos matemáticos essa partícula é a responsável por dar massa à matéria. A confirmação empírica da existencia do Bóson de Higgs, trará avanços para a ciência ainda inimagináveis.

Imagens do Bichano:

o circulo mostra a extensão do aparelho, ha 100 metros de profundidade na fronteira entre França e Suiça

parte do equipamento que impusionará as partículas

parte do detector de particulas onde os cientistas pretendem encontrar o Bóson Higgs
parte dos computadores que analisarão os dados das colisões

Segue um video em inglês explicando como funcionará o bichano:


Tá aí um link para assistir ao vivo a ativação do monstro:
http://webcast.cern.ch/index.html


quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Ser homem ou ser mulher - "Contardo Calligaris"

A anatomia é o destino? Talvez, mas há lugares em que a mulher pode escolher ser homem

NOS ANOS 1960, "descobrimos" que a identidade de cada gênero, masculino, feminino ou outro (há outros, sim), era construída e imposta pela cultura em que vivíamos. Ou seja, nosso sentimento íntimo de ser homem ou mulher dependia dos valores que nos eram transmitidos: "alguém" nos oferecera bonecas ou soldados e nos propusera futebol ou costura.

A descoberta encorajou a militância igualitária, os papéis sociais de homens e mulheres se aproximaram e, enfim, tornou-se possível sentir-se homem e cuidar das crianças ou fazer bordado, e sentir-se mulher e pensar na vida profissional ou entrar no exército. Isso, sem que ninguém se atormentasse com dúvidas excessivas sobre sua identidade viril ou feminina.
Nas últimas décadas, houve um refluxo: hoje, sentir-se homem ou mulher nos parece ser, antes de mais nada, um efeito da diferença biológica entre os sexos.

Talvez seja por causa das próprias mudanças que mencionei acima: as diferenças culturais entre gêneros se tornaram menos relevantes e procuramos outras, mais "sólidas".

Mas muitos dirão que aconteceu o seguinte: os avanços da ciência mostraram que, na constituição das identidades de gênero, hormônios, genes etc. contam mais do que as palavras e os comportamentos. Ou seja, pouco importa que eu vista você de renda ou de farda, você será ou se sentirá homem ou mulher como mandam a química e a física de seu corpo.

Paradoxalmente, essa posição, que pretende ser materialista, parece apostar na separação de corpo e mente, como se um mundo "real" de genes e hormônios existisse separado do da fala e dos atos da gente (que, cá entre nós, não é menos real). Acho mais provável que haja um mundo só, em que interagem fenômenos descritos de jeitos diversos, mas que pertencem a uma única realidade, a nossa, feita de descargas hormonais, obrigações indumentárias e comportamentais, genes, xingões, chapoletadas, neurotransmissores, conselhos, amores e carícias.

Além disso, é bom não esquecer que a primazia atual das explicações "anatômicas" é, por sua vez, um fato cultural. Ela é a evolução esperada da cultura ocidental moderna, que promove, dessa forma, sua melhor idéia: a de uma humanidade comum a todos, além das diferenças culturais. Por exemplo, para justificar a existência de direitos humanos universais, nada melhor do que uma definição da espécie a partir da biologia comum e não das culturas, que divergem.

Seja como for, o clima de hoje sugere que a anatomia seja o destino. Nesse quadro, é bom meditar sobre um extraordinário artigo de Dan Bilefsky, no "New York Times" de 25 de junho (em www.nytimes.com, procurar "Woman as Family Man"). Bilefsky viajou pelas montanhas do norte da Albânia, onde sobrevivem os restos de uma cultura tradicional, regida por um cânon rigoroso que, entre outras coisas, prescreve a vendeta entre famílias, de geração em geração: vocês matam um dos nossos, nós mataremos um dos seus -sendo que só podem matar e ser mortos os homens das respectivas famílias. "Abril Despedaçado", de Ismail Kadaré (Companhia das Letras), dá uma boa idéia do clima local. Quem não leu pode assistir ao filme homônimo, de Walter Salles, que transpôs o romance de Kadaré para o norte do Brasil no começo do século 20.

Pergunta: o que acontecia, numa cultura como essa, quando só sobravam as mulheres de uma família? Pois é, no caso, encorajada pelo fato de que, nessa cultura, ser mulher era especialmente chato, uma virgem, livremente, podia decidir ser homem. Ela cortava o cabelo, vestia-se de homem, carregava faca e arma, sentava-se com os homens e com eles rezava na mesquita, matava e era morta nas vendetas e tornava-se patriarca da família.

Belefsky encontrou e fotografou várias mulheres-homens, na faixa dos 80 anos, mulheres que, 60 anos atrás, virgens, renunciaram à vida sexual e decidiram ser homens. E, de fato, sentiram-se e foram homens. Na verdade, ainda são: no pleno exercício de seu patriarcado.

O que assombra nessa história, aliás, não é só a construção cultural do gênero, mas a incrível liberdade que se revelava possível numa sociedade estritamente tradicional (a gente pensa, em geral, que a liberdade de escolha seja coisa exclusivamente nossa).

Queria prestar homenagem a Ruth Cardoso. O jeito foi escrever sobre algo que, onde quer que ela esteja hoje, talvez a interesse.

Artigo de Contardo Calligaris, Psiquiatra, publicado na Folha Ilustrada em 03 de Julho de 2008.

Quem me dera eu escrevesse como esse cara!!!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Supernova

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

O mundo de Sofia

Finalmente acabei de ler um livro que ensaiava pra ler desde os 14 anos de idade – “O mundo de Sofia” de Jostein Gaarder. O livro é um classico da literatura infanto-juvenil, e o que mais me impressiona: um best seller falando sobre filosofia.

Conta a história do pensamento desde antes da grécia antiga até o início dos anos 90 quando o livro foi então escrito. Mistura a história da filosofia com o as aventuras de uma menina chamada Sofia e seu professor de filosofia.

Vou passar o trecho do texto e link depois. Tá no capítulo 28 que fala sobre os Românticos e sobre o pensamento oposto a esse, de Kierkegaard. Neste capítulo a personagem encontra Alice de “Alice no país das maravilhas” e recebe dela dois vidros contendo em um deles um liquido vermelho e outro um líquido azul. Cada líquido faz com que ela perceba as coisas de maneira diferente, com um vê o mundo de forma mais individual e separada com o outro mais universal, com todas as coisas fazendo parte de uma mesma. Mostra que o entendimento depende do ponto de vista, de como se observa algo, uma coisa sobre a qual conversei ontem com um brother meu.

"Sofia tirou a rolha do vidro vermelho e encostou-o cautelosamente nos lábios. O suco tinha um gosto adocicado e estranho. Mas isto não era tudo. Imediatamente aconteceu algo à sua volta: primeiro, foi como se a imagem do lago, da floresta e da cabana se fundissem numa coisa só. Depois lhe pareceu que tudo o que ela via era apenas uma pessoa e que esta pessoa era ela mesma. Quando finalmente olhou para Alberto, ele também parecia ter se transformado numa parte dela mesma.

— Que coisa estranha — disse ela. — De repente, tudo o que vejo parece estar relacionado. Tenho a sensação de que tudo é apenas uma única consciência.

Alberto concordou com a cabeça, mas Sofia teve a sensação de que era ela mesma quem concordava.

— Isto é o panteísmo, ou a filosofia da unidade — disse Alberto. — É o espírito do mundo dos românticos, que experimentavam tudo como um único e grande “eu”. Mas é também Hegel, que, sem perder o indivíduo totalmente de vista, considerava tudo expressão de uma razão universal.

— Você acha que eu devo beber o líquido do outro vidro?

— É o que está escrito aí.

Sofia tirou a rolha do outro vidro e deu uma boa golada. O líquido azul tinha um gosto mais fresco e mais azedo do que o vermelho. Mas também desta vez tudo à sua volta se transformou de imediato: no mesmo instante passou o efeito do líquido vermelho e tudo voltou ao seu lugar. Alberto voltou a ser Alberto, as árvores da floresta voltaram a ser árvores da floresta e o lago voltou a ser lago. Mas isto também durou apenas um segundo, e então tudo o que Sofia via começou a se desmanchar. Para começar, a floresta deixou de ser floresta; era como se, de repente, a menor das árvores fosse um mundo em si, cada galho uma aventura sobre a qual podiam ser contados milhares de contos de fadas. O pequeno lago transformou-se para ela num oceano infinito, não porque fosse grande e profundo, mas por causa de seus milhares de detalhes cintilantes e por suas ondas de formas e tamanhos fascinantes. Sofia entendeu que poderia ficar observando este pequeno lago pelo resto de sua vida e ainda assim ele continuaria sendo um mistério indecifrável para ela.

Sofia olhou, então, para a copa de uma árvore. Ali, três pardais estavam entretidos numa brincadeira divertida. Eles já tinham pousado na árvore antes de Sofia beber o líquido vermelho, mas só agora é que ela realmente os tinha percebido. O líquido vermelho, que ela bebera da primeira vez, apagara todos os contrastes e todas as diferenças individuais.

Sofia levantou-se do degrau de pedra em que estava sentada, ajoelhou-se e observou a grama. E ali também encontrou um mundo à parte, mais ou menos como se tivesse dado um mergulho e abrisse os olhos pela primeira vez no fundo do mar. Entre os ramos e as folhinhas da grama, milhares de formas de vida movimentavam-se febrilmente. Sofia viu uma aranha que se movia segura e energicamente sobre o musgo, um pulgão subindo e descendo por um raminho de grama e um pequeno exército de formigas trabalhando em conjunto. E mesmo entre as formigas, cada uma tinha o seu jeito particular de levantar as pernas.

O mais curioso de tudo, porém, foi quando Sofia se levantou novamente e olhou para Alberto, que continuava de pé à soleira da porta. De repente ela viu nele um ser completamente fora do comum, uma espécie de homem de outro planeta, ou uma personagem saída de um conto de fadas diferente daquele que ela vivia no momento. Ao mesmo tempo, ela também se percebeu a si mesma de uma maneira completamente diferente; ela era uma pessoa especial, extraordinária, não apenas uma pessoa comum, não apenas uma jovem de quinze anos: ela era Sofia Amundsen e só ela era assim!

— O que você está vendo? — perguntou Alberto.

— Vejo que você é um pássaro muito esquisito.

— É mesmo?

— Acho que nunca vou entender como é ser outra pessoa. Não há duas pessoas iguais em todo o mundo.

— E a floresta?

— Ela não parece mais ser a mesma. Ela é como um universo de muitos contos fantásticos.

— Foi o que pensei. O vidro azul é o individualismo. Ele foi a reação de Søren Kierkegaard à filosofia da unidade do Romantismo. E não foi por acaso que o escritor de contos fantásticos Hans Christian Andersen foi contemporâneo de Kierkegaard. Ele tinha o mesmo olhar aguçado para a infinita riqueza de detalhes da natureza. Cem anos antes, este mesmo olhar já havia estado presente em Leibniz, que reagiu à filosofia da unidade de Spinoza do mesmo modo como Kierkegaard reagiu à de Hegel.

— Estou ouvindo o que você diz, mas você me parece tão estranho que tenho de me esforçar para não rir.

— Entendo. Então beba mais um golinho do vidro vermelho. Vamos nos sentar aqui na escada da entrada. Ainda temos de falar alguma coisa sobre Kierkegaard antes de terminarmos nosso encontro de hoje.

Sentaram-se e Sofia bebeu um golinho do vidro vermelho. No mesmo instante as coisas dispersas voltaram a se concentrar, só que um pouco demais, pois Sofia sentiu novamente que as diferenças haviam deixado de ser importantes. Tocou os lábios rapidamente no gargalo do frasco azul e o mundo ficou mais ou menos como era antes de Alice chegar trazendo aqueles frascos com líquidos estranhos.

— Mas qual é verdadeiro? — perguntou Sofia. — É o líquido vermelho ou o azul que nos permite experimentar o mundo como realmente ele é?

— Ambos, Sofia."

Dá até pra ler o livro inteiro aí:
http://br.geocities.com/mcrost08/o_mundo_de_sofia_28.htm

Agora vou nessa.. tenho outro livro pra ler, Introdução ao Existencialismo, quando terminar posto alguma coisa aqui! Até!

A Psiquiatria, a Antropologia e o Profeta Candango

A classificação diagnóstica em psiquiatria sempre tem sido um desafio para a ciência médica. Justamente pelo fato de a psiquiatria envolver não só a biologia e a cultura no entendimento de suas doenças é que torna essa tarefa complicada.

Classificar como doença as formas de pensar e ser no mundo que fogem a padrões culturais é o que se tem feito desde a criação do DSM e CID. Por isso, pessoalmente acho mais interessante o conceito fenomenológico de doença mental, que como escrevi no post “O Dasein e o meu cachorro”, envolve a liberdade de escolha individual. Não que concorde plenamente, apenas me parece o mais adequado.

Achei um interessante artigo de antropologia da religião realizado por Luanna Barbosa e José Bizerril da Universidade de Brasília.

Diante da opção única de classificar o sujeito, objeto de estudo, apenas em critérios vagos de diagnóstico psiquiatrico, os autores expõem a fragilidade dos sistemas de classificação e a tendência dos mesmos em marginalizar o que é culturalmente diferente.

Por um momento cheguei a pensar que Luana e José tentariam mistificar o sujeito objeto do estudo, entretanto mostram justamente a dificuldade em se compreender e determinar a tênue divisão da interconexão espiritualidade, piscopatologia e construção social da loucura.

http://scielo.bvs-psi.org.br/scielo.php?pid=S1679-44272006000100008&script=sci_arttext

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Entanglement

Tava aqui lembrando de uma sacada genial que eu tive um dia, ainda na época de faculdade, numa festa de república. Tava de boa numa festa em casa, aproveitando uma brisinha e sentei com uns amigos. Sob um olhar com um misto de reprovação e curiosidade fui perguntado do que é que eu estava sentindo naquele momemento.

Havia poucos minutos eu tinha tido uma sacada fenomenal e realmente acabei ficando com aquela cara de quando tenho esses insights. Respondi o que eu tinha acabado de perceber sobre o mundo. Sobre essa mesma coisa que eu respondi aos meus colegas, notei mais tarde em minha vida, que várias outras pessoas também percebem a mesma coisa em circunstancias específicas.

O que eu notei foi uma imagem muito clara e nítida em minha mente de que tudo no universo se relaciona de alguma forma. Notei que tudo o percebemos de instantâneo em nossos sentidos é uma coisa superficial, a casca de um todo, como uma representação do que é mais profundo, o Uno. Tive uma clara representação mental de uma esfera com as nossas representações, entendimentos e matéria na superfície dessa esfera. Ao mesmo tempo essa existencia superficial se aprofunda no centro dessa esfera até o ponto em que todas as coisas estão juntas, conectadas, e se relacionamendo mutuamente. Esse video que encontrei hoje fala mais ou menos sobre algo parecido no mundo sub-atômico. Em ingles, quem quiser conferir tá aí.

Pensamento errado

Escrevi uma coisa esses dias que hoje me parece besteira (isso sempre acontece, por isso espero que não levem a sério as coisas que escrevo). Eu disse no post sobre "Pensamento" uma coisa que hoje parece equivocada e outra que tenho toda a razão. Conclui que a Ressonância Magnética Nuclear Funcional não era capaz de definir a essência do pensamento, que para isso era necessário alguma outra forma de observação do cérebro provavelmente através de irradiação de ondas de frenquências sub-atômicas. A partir disso postei o artigo do Dr. Carabajal. De certa forma isso está certo e errado ao mesmo tempo. A RNMf consegue, ao contrario do que eu afirmei, avaliar regiões cerebrais pequenas e particulares a cada indivíduo. Entretanto, no final do meu post eu afirmei que para se prever o que o sujeito estava pensando era necessário antes fazer um reconhecimento, uma relação da área cerebral ativada, com o pensamento correspondente. Isso é de fato verdadeiro e leva a conclusões importantíssimas. A região ativada durante um pensamento e particular a cada individuo. Isso mostra que cada pessoa pensa individualmente difierente de outras e que o homem, enquanto ser, não pode de fato ser comparado a uma máquina como faz a neurociência hoje. A região que é ativada no meu cérebro quando penso por exemplo “Sofá”, não é a mesma ativada por nenhuma outra pessoa no mundo quando pensa a mesma coisa. Essa conclusão também está nesse artigo da Scientif Amercian.
Segue o link da reportagem:
http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/voce_ve_o_que_eu_vejo__traduzindo_ondas.html

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Obsessivos

Pessoalmente sempre me interessei pelas pessoas, como e porque elas agem. Isso me levou a fazer o que faço hoje e me considero quase um fanático da minha profissão. Acho que a gente deve fazer alguma coisa que desperte curiosidade e desafio. O que me desperta mais curiosidade são os psicóticos e as histéricas. De forma menor mas também os obsessivos me chamam a atenção por tererm uma característica de levar o desafio a um nível interno muito intenso, que de tão interno e intenso quase beira a psicose, a loucura.

Tá aí um video sobre obsessividade feito por Laura Neuvonen.



Chupinhado desavergonhadamente do Chongas

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O Dasein e o meu cachorro

Tava sussa em casa hoje até me pegar pensando uma coisa curiosa: Será o ser humano a mesma coisa que um animal? Um sistema biológico do qual evoluiu uma mente? Qual a diferença entre nós e os animais? Pensei então numa característica do ser humano que eu não sabia se havia em animais, a psicose. Procurei então algum trabalho na internet que falasse sobre psicose em animais. Acabei encontrando um texto interessante sobre fenomenologia.

O texto fala sobre um conceito chamado “Daseinsanalyse” ou "Análise Existencial", que é derivada da Fenomenologia. É uma teoria psicológica, que entretando difere das outras por uma peculiaridade inicial: Não é proposta a partir do modelo biológico. A psicologia tradicional entende o psicológico como uma espécie de fenômeno derivado da condição orgânica. Enquanto a perspectiva tradicional busca prender o homem como uma composição evolutiva dentro do processo da vida, a Daseinsanalyse tenta compreender o homem na sua novidade inaugural. O que a especie humana inaugura no conceito de evolução é a capacidade de fazer perguntas. Segundo Heidegger, grande filósofo da fenomenologia, o homem é fundamentalmente antes de tudo, uma enorme pergunta. Fazer uma afirmação de uma percepção nada mais é que um comportamento autômato, responsivo, pois fazer uma afirmação é, um comportamento que coresponde a uma determinada percepção. Coisa de estímulo - resposta.

Heidegger então se aproxima muito do pensamento oriental quando diz que a capacidade de fazer perguntas, determina falta. Segundo ele existe um espaço onde se gera toda e qualquer pergunta, e o homem ao se aproximar deste espaço configura uma falta. Por essa capacidade, assim dizer, de fazer buracos, de criar não seres, não existentes, de criar vazio, o homem diferencia-se radicalmente dos seres que também existem.

Trazendo isso pra psicopatologia, Boss desenvolveu um conceito de doença que se aproxima muito do conceito do Dr. Carol Sonnenreich que envolve a "liberdade de escolha" do ser. Diz que todo diagnóstico psicopatologico, tem como referencia o que a pessoa é. Dr. Boss, olha para o paciente pela ótica do não-ser. Ele diz que o problema do esquizofrênico não é o que ele percebe, o que ele vive, o que ele sente. Seu problema é o que ele não pode perceber, o que ele não pode sentir, o que ele não pode ser. Não é porque uma pessoa conversa com marcianos que nós podemos afirmar que ela seja um doente. O que torna esse indivíduo um doente é a sua não-liberdade frente a esses mesmos marcianos com os quais ele conversa. Porque, segundo Boss, se, em algum momento, este mesmo esquizofrênico pudesse se relacionar com esses mesmo marcianos, de uma maneira livre e autônoma, ninguém poderia honestamente afirmar que ele tenha qualquer problema.

A minha opinião sobre isso tudo... Quem garante que meu cachorro não se pergunta alguma coisa também??? As vezes acho até que ele conversa com marcianos!!!

Heiddeger era um cara esperto, pena que era nazista.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Determinismo X Livre Arbítrio

Isso é um coisa que já me intrigou muito.

Algumas teorias psicológicas como o comportamentalismo e a neurociência em geral, tendem a entender o comportamento de uma forma mais determinista. Estas correntes afirmam que quando você decide levantar um braço o seu cérebro já decidiu isso alguns milésimos de segundos antes que você se dê conta.

Outras teorias e religiões, atualmente seguidoras do pseudobíblico "O Segredo", tentam colocar o livre-arbítrio em tudo. Basta escolher querer alguma coisa e bingo: sua vida muda!

Pessoalmente não vejo graça na vida com apenas uma das duas coisas.

E você?



Chupinhado do Jacaré Banguela

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Arte e Ciência

Esse vídeo fala sobre teoria das cordas.

Arte e ciência. Bacana esse vídeo. Demócrito na grécia antiga achou que se dividesse um objeto quantas vezes fosse possível, chegaria num ponto em que ele é finito. Entrentanto esse outro cara tenta provar o infinito. Nesse vídeo, tentando exemplificar a teoria das cordas ele divide fitas de papel inúmeras vezes mostrando que poderia dividir ela infinitamente.

E recebeu críticas, pois a teoria das cordas é mais complexa do que alguns tem capacidade de entender. Na teoria das cordas ou "supercordas", as cordas não são de papel. As cordas nessa teoria formam a matéria, entretanto não são essencialmente matéria. São antes de tudo ondas. Isso não se aplica em lagura ou extensão. É uma coisa muito mais complexa.

Logo depois, emputecido com as críticas de que a largura da fita uma hora determinaria o fim da extensão da corda fatiada, ele diz que sim, mas entretanto, um numero de zero na largura de uma corda, nunca pode ser alcançado.

Dezenas de centenas de anos e ainda se discute a finitude ou não do universo sem nenhuma prova efetiva de nenhuma das idéias. Perceba que o conceito de zero é tão abstrato quanto o conceito de infinito. Tem a ver com eternidade, que culturalmente tem relação com o desejo humano de vida eterna.

Assista o vídeo e tire as suas conclusões.



Depende...

Videozinho falando da Teoria da Relatividade Geral de Einstein. Tem que ter o ingles mais ou menos...

Um pouco de filosofia

Porque o frango atravessou a estrada?
PROFESSORA PRIMÁRIA
-Porque o frango queria chegar ao outro lado da estrada.

CRIANÇA
-Porque sim.

PLATÃO
-Porque buscava alcançar o Bem.

BUDA
- Para encontrar a si próprio.

ARISTÓTELES
-É da natureza do frango cruzar a estrada.

MARX
-O atual estágio das forças produtivas exigia uma nova classe de frangos,capazes de cruzar a estrada.

MARTIN LUTHER KING
-Eu tive um sonho. Vi um mundo no qual todos os frangos serão livres para cruzar a estrada sem que sejam questionados seus motivos.

FREUD
-A preocupação com o fato de o frango ter cruzado a estrada é um sintoma
de conflito de identidade e insegurança sexual.

DARWIN
-Ao longo de grandes períodos de tempo, os frangos têm sido selecionados naturalmente,de modo que, agora, têm uma predisposição genética para cruzar estradas.

EINSTEIN
-Se o frango cruzou a estrada ou a estrada se moveu sob o frango, depende do ponto de vista. Tudo é relativo.

MACONHEIRO
-Foi uma viagem...

HELOISA HELENA
-A culpa é das elites estelionatárias, caucasianas e aristocráticas que usurpam a população de frangos e mostra a sua capacidade de luta em defesa dos seus direitos.

SEVERINO CAVALCANTI
-Desafio alguém que possa provar que o frango atravessou a estrada...É mentira... É tudo mentira.

ZECA PAGODINHO
-Porque do outro lado da rua tinha uma Brahma gelada.

CAPITÃO KIRK, o da ENTERPRISE:

-Para ir onde nenhum frango jamais esteve antes.

FEMINISTAS
-Para humilhar a franga, num gesto exibicionista, tipicamente machista, tentando, além disso, convencê-la de que, enquanto franga, jamais terá habilidade suficiente para cruzar a estrada.

DATENA
-É uma pouca vergonha... Uma Barbaridade... Põe no ar... Põe no ar aí as imagens do frango atravessando a estrada.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
-Por que ele atravessou a estrada, não vem ao caso. O importante é que, com o Plano Real, o povo passou a comer mais frango.

PAULO MALUF
-O meu governo foi o que construiu mais passarelas para frangos. Quando for eleito novamente vou construir galinheiros deste lado para o frango não ter mais que atravessar a estrada.

CAETANO VELOSO

-O frango é puro, é lindo, uma coisa assim pura. Ele atravessou,
atravessa e atravessará a estrada porque Narciso, filho de D. Canô, quisera comê-lo... ou não!

E PARA FINALIZAR...

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
- Purque queria se juntá aus ôtro companhero mamífero.


Há!!!

Creditos: Maninha Elisa

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Ainda na onda do post do Dr. Quantum...

Depois de ver o post sobre um hipotético mundo em duas dimensões acho que qualquer um fica tentando imaginar 4 ou mais dimensões. Einsten descreve o tempo como quarta dimensão, uma sacada digna dele próprio. Um gênio.

E você consegue imaginar alguma coisa em 4 dimensões???

Então veja o video e fique mais confuso ainda tentando entender isso aí!!!

Um cubo em 4 dimensões. (Note que as arestas são sempre do mesmo tamanho, o que parece deixar menor é a perspectiva)

Sexo e Afeto

Estava eu no plantão de sábado muito sussa quando me aparece um cara pra se consultar com uma tosse. Diagnóstico: Pneumonia. Tudo normal não fosse por uma coisa que me acontece no final da consulta: Um amigo do paciente pede para ser consultado também.

O sujeito entra no consultório:

- Dr. Estou com um problema. Quando vou ao banheiro fazer o numero dois, me sangra e dói um bocado.
- Ha quanto tempo? – perguntei
- Ha bastante tempo já. Será que pode ser falta? – fazendo biquinho
- Não, não acredito que seja. – Respondi
- Sabe doutor. Quero um encaminhamento para o psiquiatra. Estou subindo pelas paredes. Tenho vontade de “dar” a toda hora. Fico mal pois ninguém quer me “comer”. Tem horas que acho que vou ficar louco. Estou perdendo o controle. Sabe que eu vi você passando e fiquei reparando no seu “montinho”.
Que diabo de montinho? Pensei. Eu aqui atendendo o cara com todo o profissionalismo que tenho, e ele fica dando em cima de mim essa bicha, pensei. Cheguei esse momento a realmente pensar que o cara tava dando em cima de mim. Logo depois me dei conta de que o que ele estava interessado mesmo era no tamanho do meu pau. Interessado em volume. Continuei com minha cara de analista:
- Tudo bem. Você vai ter de passar com a psiquiatra aqui do posto. Faço o encaminhamento agora mesmo.
Enquanto eu fazia a papelada do encaminhamento o cara continua:
- Sabe doutor, não quero namorar com ninguém, só quero sexo. Preciso tirar essa coisa de mim.
- Pra namorar é necessário gostar, não? - perguntei
- Lóóóssico. Mas eu só quero sexo. Só quero sentir "entrar". – responde a bichina
- Você separa as coisas? Sexo e Sentimento?
- Lóóózzzico doutor. São duas coisas diferentes e...
- Ta aqui seu encaminhamento. Até mais querido.

Consegui me livrar da bichinha mas ganhei o apelido de Doutor Montinho entre os colegas. Não que eu ache o apelido ruim. Fazer o que? Me resta filosofar sobre esse assunto.

Uma coisa me chamou bastante a atenção nesse sujeito. Essa dissociação de sexo e afeto. Desconfio que isso tem alguma coisa com a homossexualidade. Posso parecer careta mas entendo o sexo como uma relação de entrega, o ponto culminante ou final de uma relação de afeto. Aviso de antemão que não resumo o afeto a amor. Afeto é sentimento pelo outro, seja desejo, carinho, admiração e até amor.

Não sou homofóbico, mas não consigo, como um psicanalista conhecido meu e por uma questão de lógica, entender a homossexualidade fora de um contexto de perversão sexual.

Noto essa dissociação com muito mais freqüência nos humanos homo que nos heterossexuais. Um desejo por sexo só sexo. Um sexo egoísta, apenas para a realização de um impulso próprio, de uma libido represada.

Conversei hoje com o Zaca sobre histeria. A conclusão a que cheguei foi que essa dissociação, e ele concordou comigo, não tem um relação direta com a homossexualidade mas indireta. A relação direta dessa dissociação é na verdade com a histeria, já que nesta o sujeito tem a identidade frouxa, esburacada. Esta sim se relaciona fortemente com a homossexualidade.

Considero essa dissociação o primeiro passo para a perversão do sexo.

Só quer sentir entrar... Vá meter um rabanete na bunda!!!

Relax...




Só uma fotinho de paraquedas pra não cansar a vista no blog...

Créditos: Paulão Rok'nRoll

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Continuum X Momentuum

Aviso de antemão: para entender esse texto é necessário muita abstração. Se nesse momento nao tem essa capacidade, não leia agora!

Não acredito sinceramente que haja um momento delirante, um momento de rompimento com a realidade. Só consigo entender o universo sob a ótica de um continuum em sua totalidade. Sendo assim há uma progressão, um processo que leva ao rompimento total com a realidade e em seguida a exaltação, a atuação.

Em um universo em continuum, entende-se um perspectiva de progressão, um bom exemplo pra ilustrar isso é uma expansão. Uma colméia pode expandir seu universo. Expandindo suas ações no meio, no seu ambiente. Para isso é preciso evolução. Imagine as abelhas criando capacidade de voar a quilômetros por hora. Perceba a expansão que se cria em seu universo e no nível individual. Uma expansão que começa a se tornar inata nos decendentes dessa espécie. Imagine abelhas aprendendo a comunicar-se com outras espécies inteligentemente.

Nosso universo, como homo sapiens, é de certa forma limitado na capacidade que temos de vive-lo e entende-lo. Por isso todas as associações estão de certa formas corretas e de forma proporcionalmente menor, incorretas.

Tanto mais real o mundo nos parece, quanto menos psicóticos somos e vice-versa. Algumas drogas, substancias, podem alterar a forma com que entendemos e atuamos no mundo. Algumas expandem outras limitam nossas associações mentais. Com o uso de neurolépticos por algum tempo essas associações podem ser descontruídas, mas sempre se mantém um resquício. Sua base anterior que deu aquela estrutura psicótica, geralmente persiste. Aí persiste sempre o risco de recaída.

Nos casos de embriaguez por alcool ou cannabis por exemplo, que são estimulantes e proporcinam mais associações é bem provável que ocorram associações não compatíveis com a realidade comum. Essas associações são de certa forma difíceis de serem identificadas depois. Talvez por passarem algumas vezes despercebidas, deixam seu afeto que causa então uma neurose ou psicose e desaparecem da consciência.

Levando em conta que algumas pessoas são muito realistas, enquanto outras são muito psicóticas concluo que com algumas drogas que alteram seu psiquismo podem, se for um psicótico atuando muito, tomar um antipsicótico e resolver de certa forma sua atuação. Bem como isso, creio que algumas pessoas muito realistas, muito “apsicóticas” devessem talvez fazer usos de algumas outras drogas para serem um tanto mais psicóticas. Ajuda a viver. A finitude, o limite do continuum não é permanente, depende do momento e dos aspectos de vida, do ambiente do sujeito. Dá-se a psicose no momento em que o continuum momentâneo da cultura, da sociedade é rompido. Aí dá-se o delírio. A relidade depende do universo cultural. Do meio.

O autor





Chap's

Dr. Quantum


Saiu na folha de ontem: "Computador quântico quase pronto".

Daí voce me pergunta: Que diabos é um computador quantico?

Explico: Um computador quantico é um máquina que usa para guardar informação os elétrons e seus spins (rotação). Se você frequentou alguma aula de quimica no segundo grau provavelmente já ouviu falar disso, tem a ver com a tabela de Linus Paulin.

Bom, sendo objetivo: o computador convencional usa os bits para guardar informações, baseado no código binário, aberto ou fechado. Um byte corresponde a 8 bits, portanto, para se formar por exemplo o numero quatro são necessário 8 bits que se organizam da seguinte forma: "00001001" (onde 0 e fechado, não passa corrente, e 1 é aberto, passa corrente). Num computador quântico as informações são gravadas em elétrons que giram para a esquerda (aberto), para a direita (fechado) ou pasmem: "para os dois lados ao mesmo tempo". Como é que pode uma coisa dessas? Sinceramente ninguem até hoje conseguiu entender, e não vou ser eu que vou fazer isso pra poder explicar. Trata-se de uma propriedade da mecânica quantica que foi descrita pela primeira vez por um tal de Schordinger que colocou o gato dele dentro dessa maldita caixa (rs).

Segue abaixo dois videos interessantes e bem didáticos do Dr. Quantum pra quem quiser entender melhor essa coisa toda (ou ficar mais confuso ainda). O primeiro fala da dualidade onda partícula que é o mesmo conceito dos eletrons que expus acima. O segundo fala de universos multidimensionais.

Bom proveito!

Dr Quantum e o experimento da fenda dupla




Dr Quantum visita a planolândia



domingo, 10 de agosto de 2008

Pensamento

Percebermos e diagnosticamos doenças psíquicas usando regularmente a “velocidade dos processos psíquicos”. Podemos avaliar isso com base no discurso. Afirmamos que o pensamento tem uma velocidade (acelerado/lentificado), entrentando não conseguimos quantificar essa velocidade. Acredito que se podemos perceber essa variação podemos sim elaborar um método preciso de quantificação do pensamento. Quantificar algo em relação ao tempo é o mesmo que atribuir-lhe uma freqüência. Podemos fazer isso determinando a quantidade de associações por segundo ou minuto. Fazendo isso talvez conseguíssemos medir essa freqüência e assim então quantificar a velocidade psíquica e sistematizar epistemologicamente melhor as doenças mentais.

Acho entretanto, bem difícil obter métodos de exame psíquico diretos, ou pelo discurso que possam nos fornecer isso. É necessário usarmos algo que mostre diretamente o funcionamento cerebral.

Conseguimos mapear o cérebro e de certa forma o pensamento, através da Ressonância Nuclear Magnética Funcional (RNMf). Entretanto, esse é um método que mostra uma estruturação do cérebro de forma muito grosseira, primitiva.

Dimensonalmente podemos entender o pensamento como áreas de ação do (ou no) cérebro(1). Poderíamos medir a dimensionalidade do pensamento através do numero de associações por determinado tempo. A ressonância nuclear magnética funcional ou RNMf, usa o consumo de oxigênio destas estruturas diversas, ou regiões diversas do cérebro para medir o que aparece à consciência daquele sujeito. Por exemplo: se o paciente está ouvindo é ativada à área cortical auditiva, e assim para os demais sentidos; se está realizando um racioncínio lógico é ativado e consome mais oxigênio regiões do hemisfério esquerdo. Ou seja, a RNMf não mede o pensamento, mede sim ativação neuronal referente à ele. A RNMf não consegue distinguir entre se o paciente está tendo uma alucinação auditiva referente à uma musica ou à uma voz. Se essa voz é uma voz masculina ou feminina.

O pensamento é, nessa relação abstrato-material, medido por ativações de regiões menores, específicas para cada representação individual e acredito eu, que posam ser aferidas pelo consumo de algum outro fator que esteja relacionado à ele, algo muito pequeno que gere vibrações também em frequências proporcionalmente pequenas.

Se a RNMF usa oxigênio poderíamos usar algo outro: temperatura, consumo ou liberação de H2O são impossíveis de serem usadas neste sentido pois as ondas de calor, infra-vermelhas, são ondas grandes, e sua variação lenta, bem como a freqüência da vibração da àgua;

Me resta pensar que deva existir alguma outra substância que possa mostrar isso. Tenho que confessar que sempre acreditei no Éter, e espero que os resultados das pesquisas do CERN tragam alguma resposta sobre essa idéia, sobre a matéria escura e novas partículas subatômicas. Acho que só poderemos compreender melhor o pensamento depois de compreender melhor o microcosmos.

Se conseguissemos medir a freqüência de vibração de subpartículas nas estruturas cerebrais, talvez conseguiriamos medir a freqüência do pensamento. Com isso, através de um estudo prévio das associações e suas regiões, poderíamos determinar o sentido(2) e até monitorar ou influenciar diretamente o pensamento de nossos doentes para tratá-los.

(1)Suponho eu que estas áreas se ativam não de forma caótica como presume a neurociência atualmente, mas de modo ordenado, entretando com uma ordenação extradimensional, numa ordenação quântica. Repito para que fique claro que aparece sob “ordem quântica” e não como um modelo caótico. Tem uma ordem pois os fatores, os atratores diversos se relacionam um ao outro, ou seja, ao perceber humano, essas associações/pensamentos fazem sentido. Portanto podem muito bem ter uma intencionalidade e isso é expressão portanto de uma ordenação.


(2) A relação entre as ativações de uma a outra área cerebral, tem um sentido, que so pode ser percebido por algo na sua mesma dimensão, ou seja, si mesmo. No mundo material, percebo as coisas imediatas, fazem sentido imediatamente pois fazem relação consigo mesmas. Quanto mais inata maior, quanto mais genética nesta coisa, mais material é. Porém, como Hume postulou, só percebemos o mundo pelos sentidos que recebemos. De certa forma essa afirmação por si só já é uma “relação complexa” que deriva de mais duas relações. Não é uma relação direta. Este é o ser primitivo, que percebe a consciência, a alma, menos nitidamente. Essa consciência, é uma estruturação de consciências ou relações complexas, que se interage com mais reações complexas da mesma complexidade.

Quanto mais complexo as associações do ser maior a freqüência com que estas devem vibrar.

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AFFFFF... Diacho!!! De novo fui supreendido por essa coisa, de achar que sou o primeiro a ter uma idéia... tsc...

A primeira página postada do goolge na pesquisa de “freqüência do pensamento” tem um artigo de um cientista brasileiro falando a mesma idéia que eu vinha tentando mostrar aí em cima. Tsc..

Um resumo do texto...

O texto, com o titulo “A origem concreta do pensamento" é escrito por um cara de Roraima, Prof. Dr. Mário Carabajar – Ph.D.

O autor afirma que o pensamento compreende uma faixa de freqüência próxima a y – gama, com 0,00003 microns. Para se ter uma idéia dessa freqüência, a luz visível, por exemplo, encontra-se na freqüência entre 0,4 e 0,8 microns – já a Radiação Solar que atinge a Terra, está compreendida entre 0,2 e 13 microns. O raio X, encontra-se em torno de 0,05 microns – o raio ultra violeta equivale-se a 0,2 microns, o infra vermelho manifesta-se entre 0,8 e 13 microns (condução de calor).
As ondas mais baixas, de transmissão de imagens e sons, encontram-se entre 100 e 30.000.000.000 de microns. Para a televisão, registramos 1.500.000 microns. O rádio tem sua freqüência média em torno de 500.000.000 de microns.
Os raios gama de uma freqüência pouco maior que 0,00005 microns, portanto considera-se estes raios os transmissores das ondas de pensamento.

O texto tem ao meu ver um conteúdo interessante. É uma pena que o Dr. Carabajal dê informações em seu texto às vezes desconexas e sem referências. Costuma derramar afirmações como:

Cada célula de nosso corpo tem energia potencial entre -40 e –“90 milivoltz – temos que passar a viver com tais verdades irrefutáveis, observáveis e comprovadas cientificamente.”

Apesar disso, mostra conclusões interessantes e paralelas à idéias Jungianas em tom quase poético e um pouco determinista:

Não estaríamos à deriva em um imenso universo onde tudo obedece à rigorosas leis de exatidão e finalidades. Desde o infinito macro-cósmo até nosso minúsculo Sistema Solar e infinitamente pequeno micro-cósmo celular, a que constituímos e somos constituídos, tudo, sem exceções e particularidades, encontram-se sob rígidas leis de ordem geral. Nas células, trocas a partir da bomba de sódio e potássio, interagem sob seus limiares, garantindo os mais singulares movimentos, até mesmo dos olhos. Em nosso Sistema Solar, eqüidistâncias e fatores tempo-químicos, possibilitam a existência de vida biológica sobre a Terra. Da mesma forma, Cometas cortam Galáxias, perfazendo grandes elos às trocas de informações sincrônicas co-existenciais e co-partícipes entre todos os corpos constitutivos deste imenso e quase inexplicável universo

As idéias se aproximam muito da metafísica mas nem por isso deixam de ser interessantes. Ta aí o link para a quem interessar:

http://www.academialetrasbrasil.org.br/pensamento.htm

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Antes do princípio, o nada. E então Chap's ordenou: faça-se o blog.

A idéia desse blog começou depois de muitas reflexões acerca da existencia. Acho que todas as pessoas deveriam se preocupar com essas questões profundas da humanidade. Quando não fazem isso, ficam neuróticas. A forma que encontrei de resolver minha neurose foi essa.

Minhas reflexões acontecem por vezes sob o efeito de substâncias psicoativas, outras sob a embriaguez de leituras interessantes e com muitíssima frequencia debaixo do efeito destas duas coisas juntas.

Depois de refletir muito começei a escrever essas coisas em um arquivo do Word até encher mais de 100 páginas. Por muito tempo não relia as anotações que tinha feito. Tinha medo que tudo não passasse de um delírio. Quando enfim tomei coragem de voltar ao inicio da página percebi que as anotações fazem para mim um certo sentido. Ainda durante minhas leituras já havia me dado conta disso. Encontrei vários artigos que apresentam idéias parecidas com as minhas. Notei também que poucas idéias tem um rompimento com a lógica, essas, mergulhadas ainda na fluido da loucura e pesadas demais para que eu consiga trazer lucidez e lógica ficam lá no limbo do meu arquivo. Separei algumas idéias um pouco mais lúcidas e coerentes que consegui fazer, enfim entao tomei coragem de começar a postar aqui.

Não tenho pretensão alguma que este blog sirva de referência alguma a coisa qualquer. Como disse à um amigo, me considero ainda uma criança no mundo da filosofia e da reflexão existencial. Na verdade tenho este blog da mesma forma que meu arquivo, como se fora um analista pra quem eu diria qualquer loucura minha. A unica diferença entre o blog e meu arquivo é a coragem de expor publicamente meu "delírio".

Enfim. Até o momento é isso. Hoje só queria testar esse negócio.